La Paz nos mostrou bastante do que é realmente a Bolívia, manifestações políticas nas ruas, polícia por todos os lados e um verdadeiro caos no trânsito.Voltamos à estrada, nossa meta agora é chegar ao Brasil!
Saímos de La Paz em direção a uma cidade chamada Potosi 534km ao sul da Bolívia. A viagem foi linda, muitas montanhas, sítios arqueológicos, ruínas do povo andino, pueblos isolados, carneiros, alpacas e rios.
Potosi é uma cidade bastante pobre, antiga e com um trânsito bem complicado. De lá botamos o pé na estrada para o trecho mais desafiador, cruzar as montanhas bolivianas em meio a mata fechada por estradas de barro e trilhas Off- Road.
A viagem foi muito desgastante, 36h subindo e descendo montanhas, passando por dentro de rios, pegando desvios por dentro de fazendas particulares, passando pelas propriedades do gasoduto Bolívia – Brasil e penhascos que às vezes nem um carro passava.
Assim foi marcada nossa despedida da Bolivia, uma verdadeira aventura!
Pegamos o asfalto ainda em território boliviano, mas eram apenas 195km...hehehe!
Mais uma surpresa, ao sairmos da estrada principal para ir à fronteira do Paraguai (ruta 11), nos deparamos com várias barreiras feitas por grandes arvores, mesmo achando estranho fomos passando até onde era possível. Foi ai que chegamos a uma barreira total, tivemos que voltar tudo até o asfalto novamente e pedir ajuda.
Neste momento haviam duas possibilidades, uma era voltar pela Argentina e a outra um caminho por dentro das fazendas bolivianas e paraguaias, que segundo o nosso “guia” era a antiga estrada e estava sendo usada como desvio.
Pensamos muito e tocamos por dentro das fazendas (trilhas e Off- Road). No meio desta estrada maluca estavam às barreiras policias e aduanas, parecia um filme de terror. Nas primeiras barreiras foi tudo tranqüilo, como sempre educados e após fazerem todos os tramites pediam uma “ajudinha” financeira, pois estavam isolados no meio da mata. Agora restava apenas a fronteira final, rodamos por mais ou menos 200km em território de ninguém, já havíamos saído da Bolívia e nada da fronteira paraguaia, apenas fazendas, trilhas, estradas de terra e lama.
Chegamos ao asfalto e logo em seguida a primeira barreira policial paraguaia, como sempre, geral no carro, nos documentos e alguns presentinhos para ajudar os pobres policiais.
Dali para frente seriam apenas 120km (ruta 9) de asfalto até a aduana paraguaia. Tocamos viagem e após rodarmos 10km a estrada acabou, eram muitos buracos onde alguns cabiam rodas e até carros inteiros. Tivemos que rodar esse trajeto a 30km/h, só haviam fazendas e alguns doidos indo do nada para lugar nenhum.
De repente vimos uma plaquinha escrita a mão aduana, parecia brincadeira, mas essa era a indicação da fronteira paraguaia. Tivemos que sair voluntariamente da estrada e fazer a imigração, o responsável estava em uma roda de viola, quando nos avistou trocou a roupa e fez nossa entrada no pais.
Parecia um milagre, após o posto da aduana a estrada voltou a ficar trafegável. Rodamos mais 7h até Asuncion, apenas fazendas e dois pedágios fantasmas.
Quase chegando em Assuncion havia um pedágio funcionando, pagamos e logo em seguida fomos parados pela polícia. Pediram todos os docs, revistaram todo o carro e começaram a nos apertar, pediram vinho e alfajores. Após sermos assaltados pelos corruptos policias chegamos com um belo por do sol no rio Paraguai.
Assuncion e uma mega cidade, muitos prédios antigos e o belo visual do rio ao fundo.
Nossa missão agora é atravessar a ponte da amizade com o Caverão lotado, vamos reorganizar as coisas para dar apenas vinhos e alfajores mais simples de propina.